Hoje eu gostaria de falar sobre um assunto delicado e que ainda hoje, mesmo sendo comum, é um tabu. Irei falar sobre a depressão. Não é fácil pra mim falar sobre, assim como não seja fácil pra quem ler. Mas preciso falar. Eu tenho depressão. Eu digo “tenho”, porque já aconteceu várias vezes de achar que eu estava bem e acreditar, dizer pra mim mesma e ter fé de que não tinha mais e quando me vi, estava no chão novamente. A depressão vem e vai. E os sintomas são praticamente imperceptíveis porque vejo muitas pessoas associarem todos os sintomas e misturarem aquilo à personalidade da pessoa.
GENTE, DEPRESSÃO É COISA SÉRIA. Ela te tira
amigos, te tira a paz, te faz achar que sempre precisa fazer cada vez mais, principalmente quando somos adolescentes.
Digo adolescentes, mas tenho vinte anos e
tenho essa mesma cabeça: “eu consigo dar conta de tudo”. Esse pensamento cria
uma pressão grande, uma frustração enorme quando, obviamente, acabamos por nos
doarmos tanto, lutar tanto e não conseguir terminar. Quem sou eu pra dizer
isso! Mas, hoje, eu tento, estou tentando cada dia dar um passo pra definir
prioridades. Saber o que eu consigo fazer ou não, por mais que nós queira muito,
acabamos tendo que abrir mão daquilo. Mas há uma coisa boa pra diminuir essa
pressão. Uso muito, é o seguinte: anote, jogue tudo o que você planejou, suas
metas, com datas ou não, enfim. Exatamente tudo. Defina aquilo que tem prazos.
Reflita se essas coisas são prioridades na sua vida e vá cortando (por mais que
seja dolorido deixar de fazer algo porque não irá dar tempo de cumprir o prazo)
e entenda que, o que tem prazo e que seja importante ou que não vá atrapalhar
uma outra coisa, faça. Se não. Apenas deixe ir... não conseguimos e nem
conseguiremos fazer tudo hoje. Mas a nossa hora vai chegar e esse pensamento
que muitos temos de que se não fazermos hoje nunca mais conseguiremos fazer, é
besteira! Coisas que não tem prazos, mas que são importantes, como revisão das
aulas do dia, é prioridade, pois lá na frente facilitará nossa revisão para as
provas. E aí eu entro em outro ponto. O que irá contribuir com a nossa
formação, seja profissional, pessoal, espiritual, enfim. Eu gosto de pensar que
conseguimos tirar conhecimento de TUDO. De tudo mesmo. Então, experiência nenhuma
é perdida. Mas a revisão da aula do dia, irá contribuir para as futuras provas
mais que ficar no Skype com a galera (não sou contra, pelo contrário.). Podemos
fazer os dois, mas estipular e pesar entre: o que tem prazos e que devemos
cumprir, o que irá contribuir realmente na nossa vida, e depois, outras coisas
que queremos fazer, estipulamos conforme o nosso tempo for esvaziando. Podemos
fazer TUDO. Não ao mesmo tempo. Mas podemos. Então tente tirar esse peso dos
seus ombros e tente se cobrar menos. É fácil dizer? Sim. Mas eu ainda estou
nesse processo e digo que não é nada fácil, mas, como tudo, começamos aos
pouquinhos. Devagar e constante SEMPRE!
Perdemos a vontade de fazer coisas que antes éramos
apaixonados... e, isso. Isso dói, depois que nos damos conta de que deixamos de
fazer coisas que antes nos davam uma alegria imensa. Um fervor no coração. Uma tranquilidade...
e que de repente nos damos conta de que aquilo já não faz diferença.
“Ah, mas é só uma fase”, “é frescura”, “mimada”,
“se saísse ao invés de ficar enfiada dentro desse quarto melhorava”, “mas
também, não faz da vida! ”... E por aí vai.
Frases que machucam. De pessoas que não tem a
sensibilidade de perguntar “você está bem? ”, “precisa conversar? ”, “há algo
em que posso ajudar? ”, “vem, vamos assistir um filme juntos”. As posturas das
pessoas próximas ajudam muito, assim como pioram. As pessoas tem mania de dizerem
que estão bem, para não dar explicação já que, algumas pessoas realmente só
perguntam por educação, não todas... mas há aqueles que, infelizmente não
querem ouvir de verdade. Mas há aqueles que param para ouvir. E a pessoa
depressiva não quer e não sente vontade de falar. E diz simplesmente “estou
bem.”. Mas não está. E quando as pessoas ao redor percebem, o quadro se agravou
MUITO.
Neste texto, estou escrevendo pelo olhar que
eu tive na época, e não com o olhar que tenho hoje, de que existem pessoas que
realmente querem ajudar, que podemos nos ajudar, podemos contar com quem amamos
e com Deus. Digo para mim mesma “estou curada”. Mas há cura? Enfim. De qualquer
forma, hoje encontrei conforto.
Mas, minhas princesas... meus príncipes... não
se calem. Não se fechem. Eu sei que é difícil. Que evitar é muito mais fácil do
que falar e não te levarem a sério. Mas acreditem... sempre terão pessoas que
estarão dispostas a ouvi-los. A escutarem o que estão sentindo. Porque o que vocês
sentem não são coisas bobas. Pelo contrário. Nossos sentimentos devem ser
levados a sério. Então antes de tentarem qualquer coisa que possa machucar a vocês
como uma forma de escape, tente conversar com alguém... se essa pessoa te
diminuir, significa que, pra ela, você é tão grande a ponto de precisar se
mostrar maior pra se convencer de que é melhor quando, na verdade VOCÊ É
MELHOR. VOCÊ É ESPECIAL. VOCÊ É GRANDE EM TODAS AS COISAS QUE FAZ.
As coisas
irão melhorar. Acredite em mim. AS COISAS IRÃO MELHORAR POR MAIS QUE NÃO
PAREÇA, NO MOMENTO. POR MAIS DESESPERADOS, DESANIMADOS, TRISTES,
DESESPERANÇOSOS QUE ESTEJAMOS HOJE, AS COISAS IRÃO MELHORAR.
As minhas palavras podem não ser de grande
ajuda, mas espero ter plantado algo aqui nesse momento que possa ter sido semeado no
coração de cada um de vocês.
Mesmo conhecendo os sintomas e entendendo a situação (por experiência própria)... não é igual pra todos, pode ser muito parecido mas não igual, né? Até porque nem todos reconhecem o gatilho e pensam que simplesmente "aconteceu".
ResponderExcluirPrincipalmente depois de termos um episódio de "cura" (que, no meu caso, chamo de recuperação), conseguimos nos enxergar assim como à nossa saúde de outra forma... No teu texto percebi que tu já viu isso, né?
Adorei quando falou da organização pessoal, pois foi organizando a minha casa (consequentemente a minha vida) que consegui sair de vez do fundo do poço! E na organização da vida, é (muito) necessário não esquecer de separar um tempinho pro lazer ou pra si mesmo, né? Aquela coisa mais relax, fazer unha, ler um livro... se cuidar faz muito bem e revigora! hahahaha
Quanto à cura... também não sei, pois volta e meia a deprê nos acomete de novo - a "marvada" recaída! Costumo dizer e tratar a minha (depressão) quase como um vício, sabe? Eu até uso o lema do AAA, "um dia de cada vez" - só por hoje eu vou sair da cama, só por hoje eu vou trocar de roupa, só por hoje eu vou sair e ver gente...
A ajuda e ter um bom ouvinte que não nos julgue, ou que tente encontrar a solução para o nosso problema... é ótimo! Mas nunca iremos nos recuperar e ter de volta a vontade de viver se não dermos o primeiro passo!
No fundo, depende só de nós mesmos! Não é fácil! NADA FÁCIL, nós sabemos. Mas de nada vai adiantar alguém nos estender a mão, nos mostrar o caminho, se não tivermos força para seguir por ele com nossos próprios pés... não é mesmo?
Depressão é sinônimo de luta diária e assim seguiremos lutando todos os dias! E se cairmos (pois cairemos...) nós já aprendemos a levantar!
Força sempre!
Amei teu texto.
Um beijo.
Obrigada, Tais!!
ExcluirRealmente. Essa ideia do AAA achei bacana rs. Porque realmente é semelhante... um dia de cada vez, pra se levantar, dez minutos de cada vez pra pentear os cabelos e assim tetando fazer as atividades diárias até conseguirmos cumprir. E essa sensação de dever cumprido(de ter forças pra sair da cama, terminar um capítulo de um livro) isso nos motiva e de pouquinho, inconscientemente, nós vamos criando forças. É como vc citou, nós precisamos tentar caminhar com nossos próprios pés. Até mesmo como uma criança... ela vai tentando, sempre alguém vai segurando, segurando, segurando até a criança sentir segurança e ter forças pra caminhar sozinha.
Obrigada pelo seu comentário lindo <3
Assunto sempre muito importante e que deve sempre estar em pauta, não só quando há campanhas em meses específicos.
ResponderExcluirÉ importante que estejamos sempre atentos as pessoas ao nosso redor e dispostos a ajudar qualquer possível pedido de socorro. Cada ação, cada palavra é importante.
Lindo post. Beijos.